Dia de amar a casa, 2020, ed. Ardotempo, Porto Alegre. Texto de orelha de Cícero Belmar, apresentação de Alexandre Brandão. Prêmio Minuano de Literatura (crônica) 2021.
Trecho do prefácio:
A casa de Mariana é o espaço para onde convergem tanto histórias antigas, íntimas e familiares — em especial as da avó —, quanto novas — com destaque para a relação da escritora com a filha —, mas é também, a despeito de seus tijolos e vergalhões, de suas chaves e cômodos, o espaço que se move e acompanha a cronista aonde quer que ela vá. Se muitos escritores fazem da rua a sua casa, a autora deste livro carrega para a rua a sua casa.
A casa em que se está e a que se leva, duas, mas uma só, são sustentadas pelo amor e pelo conhecimento, portanto uma visão amorosa e erudita é o que se oferece ao leitor. O amor não impede, aliás, motiva a autora a se posicionar vigorosamente contra os desmandos do mundo, em particular o que toma conta de nosso país. Passagens bíblicas, referências a santas, santos ou a um provérbio africano, artistas plásticos, escritores e tantos outros fatos, obras e pessoas citados nunca são ilustrações cosméticas, exibição à toa, longe disso, são a luz que clareia, na voz de Ianelli, seus espantos, alegrias, admirações, dúvidas, frustrações, revoltas, anseios, enfim, o que ela sente e reparte.
Alexandre Brandão